segunda-feira, 15 de outubro de 2007

"Uma dose sem gelo, por favor..." (Por AlexBerestinas)


“Nessa vida nada é de graça”
“Quer vencer na vida? Faça por merecer”
“Cada um sempre ganha o que merece”
“Mas que graça essa menina!”
“Deus ama os bons meninos”
“Que desgraça de boletim!”




Parafraseando Brennam Manning (“O evangelho maltrapilho” e “O impostor que vive em mim”) e outros autores citados por ele, a palavra graça, em si, tornou-se banal, ultrapassada e desgastada pelo mau uso e pelo uso em excesso. Normalmente há um elogio da boca pra fora dirigido ao evangelho da graça, mas ela não toca em nossos corações da mesma forma que mexia com os cristãos da igreja primitiva.


A palavra perdeu seu significado verdadeiro, perdeu seu maravilhoso poder de transformação. A usamos em nossa disciplina pessoal, a citamos em nossos sermões e discursos eloqüentes e bem elaborados, a utilizamos em nossos exercícios espirituais, onde transpiramos e nos esforçamos para que seja criado um Mister Universo Cristão.


“Não há nada que possamos fazer para que Deus nos ame mais ou para que Ele nos ame menos”. Frases de efeito como essa tem passado por nossas vidas, as escutamos e muitas vezes a usamos para consolar e incentivar outras pessoas. Sabemos e falamos que é somente pela graça, mas sempre tentamos impressionar a Deus e viver de tal maneira quanto um jovem que depois de receber sua licença de encanador foi levado às cataratas do Iguaçu, e depois de um rápido estudo disse: “Acho que tenho como concertar isso!”

Inspirado por Deus, Robert Capon pode traduzir de maneira criativa o evangelho da graça, colocado da seguinte forma: "A Reforma foi uma ocasião em que os homens ficaram cegos, embriagados por descobrir, no porão empoeirado do medievalismo tardio, uma adega repleta de graça envelhecida mil e quinhentos anos, com teor alcoólico 100% - garrafa após garrafa de pura Escritura destilada, um gole da qual bastava para convencer qualquer um de que Deus nos salva sem precisar de ajuda ... A graça deve ser bebida pura: sem água, sem gelo, e seguramente sem água Tônica; não se permite que nem bondade, nem maldade, nem as flores que desabrocham na primavera da superespiritualidade entrem no preparado."


Que o Senhor nos ajude a nos rendermos ao Seu indomável e selvagem amor, a olharmos para a nossa verdadeira e pura situação, de que somos nada além de que vasos de barro arrastando nossos pés de argila.

Amém.

Alexander C. Berestinas


2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pelo blog! Quero ver um monte de posts aqui. Você tem um monte de pensamentos legais e importantes que devem ser compartilhados! Ah! Se ficar famoso, não vai esquecer este amigo aqui... hehehehe! Abração e fica com Deus!

Anônimo disse...

Meu Amor! Que Deus continue usando sua vida em mais essa forma de levar o conhecimento da Palavra para todos nós! Parabéns e que Ele continue sendo a sua fonte de inspiração! Beijos!