Saà a procura de água. Mas não havia. Houvera, disseram, mas não mais.
Secou. Ecoava nas ruas daquela vila a história da água viva. O poço
secara, mas água viva havia corrido por aquelas ruas. Entrado nas casas.
Bebida a goles longos por todo e qualquer sedento, tornava-se poço
interno, artesiano que brotava depois das entranhas e escorria pela boca
daqueles que a beberam, fresca, pura, gelada. Saciavam então uns aos
outros e a todos que por ali passassem. A secura e aridez da cidade
tornara-se um jardim quando do velho poço ainda brotava água. Agora não
mais.
O poço secara e a água da vida escondera-se em nostálgicos cantos da memória daquela gente. Era viva, diziam, inesgotável e doce. Mas agora apenas contavam histórias, escreviam poemas, livros e canções em louvor à agua que seus pais beberam. De suas bocas brotava agora apenas o hálito de água parada. Eu era o último peregrino. Conheci a cidade, mas saà de lá sedento. "Secou" eu pensava, "mas há de escoar ainda viva em algum lugar".
O poço secara e a água da vida escondera-se em nostálgicos cantos da memória daquela gente. Era viva, diziam, inesgotável e doce. Mas agora apenas contavam histórias, escreviam poemas, livros e canções em louvor à agua que seus pais beberam. De suas bocas brotava agora apenas o hálito de água parada. Eu era o último peregrino. Conheci a cidade, mas saà de lá sedento. "Secou" eu pensava, "mas há de escoar ainda viva em algum lugar".
http://atrilha.blogspot.com/2012/02/em-algum-lugar.html
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